Depósito de Textos

Aqui o impossível se torna realidade...

O celular soou alto, quebrando o silencio da noite. Ainda sem enxergar direito, levei-o ao ouvido.
-quem é?
Não ouvi nada do outro lado da linha, apenas o barulho da chuva caindo. Eu sabia o que isso significava. Levantei-me e troquei o pijama pela calça de couro, o espartilho e escondi a arma de prata na bota. Abri a janela, olhando a noite chuvosa, mas nada pensei enquanto pulava da janela.
Continuei caminhando pela rua escura, até que avistei Arthur embaixo de um poste. Os cabelos revoltos, o olhar triste e perdido de sempre, mas o que me encantava era seu sorriso. Ele continuava mexendo no celular enquanto eu parava na sua frente:
-Qual o trabalho de hoje?
Ele levantou a vista, sorrindo e me olhou rapidamente:
-Vampiro desordeiro no Marley’s.
Então nós corremos até o Marley’s e vimos dois vampiros brigando. Um era Will, segurança do bar, mas o outro era desconhecido. Puxei a arma de prata e acertei um tiro no pé dele, que urrou de dor. Saímos de trás do arbusto e eu apontei a arma para seu coração enquanto me aproximava:
-o que você quer?
Ele não relutou em falar:
-Sangue.
Eu o joguei no chão e atirei em seu ombro, perto o bastante do coração para deixá-lo desacordado.
Fui até Arthur, que conversava com Will, mas só ouvi o final da conversa:
-...eles querem-na morta.
-Quem me quer morta?
Eles assustaram-se com a minha presença. Will até levantou e saiu, mas não me intimidei e sentei ao lado de Arthur, que disse:
-Os vampiros do sul querem tomar esta área, mas não podem fazer nada enquanto você estiver aqui.
-Que venham. Eu não tenho medo.
-Mas eu tenho medo por você.
Foi então que ele me puxou para perto de si e me beijou. Eu não esperava aquela atitude, não estava acostumada com esse tipo de demonstração de sentimentos, mas eu o beijei de volta com todo o meu coração, porque descobrira que também o amava. E foi por isso que eu o afastei de mim, olhando dentro dos profundos olhos azuis. Arthur parecia desconcertado quando uma lágrima escorreu do meu olho.
- Salve-se. Nós não temos a mínima chance.
Ele segurou a minha mão e disse:
-Eu não vou deixar que você faça isso sozinha. Eu vou ficar aqui, mesmo que esse seja o fim.
Talvez não fossem as palavras que eu queria dizer, mas com certeza eram aquelas que deveriam ser ditas:
-Não se iluda comigo: eu não amo você.
E meu coração despedaçou-se ao ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Ele soltou minha mão e andou para longe, me deixando com o grande peso da decisão tomada. Eu o amava mais que tudo, mas era covarde demais para vê-lo em perigo por mim.
Ele se foi.
E no fundo eu esperava que nos encontrássemos mais uma vez, mas essa era uma missão suicida e eu sabia que estava acabando com meus sonhos, minhas esperanças e o meu único e verdadeiro amor.

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Aqui você encontra alguns dos meus textos. Lugar onde sonhos são reais, amores são possiveis e a morte não pode nos deter. Sonhando e fazendo dos sonhos realidade!

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