Depósito de Textos

Aqui o impossível se torna realidade...

O dia tinha sido longo demais para variar: prova surpresa de álgebra e turno duplo na lanchonete. Dei graças a Deus quando entrei em casa e subi direto para o meu quarto, eu só queria deitar e dormir. As coisas pareciam normais, somente até eu abrir a porta e ver que tudo estava revirado e o teto tinha desabado. Ainda estava em choque quando vi algo se mexendo por baixo dos escombros. Segurei o meu abajur e investi contra aquilo que descobri, depois de muitos golpes, ser um garoto. Ele levantou-se rápido, e quando me viu, gritou:
-Pare com isso! Sou eu, Gabriel!
Empurrei-o para longe, e percebi que era o novo garoto da minha sala, que tinha sido transferido no meio do semestre. Ele nunca chamara minha atenção, bem, quer dizer, ele poderia ser muito bonito com aqueles cabelos escuros e agitados, sem falar nos olhos azuis e o físico de morrer, mas eu estava mais preocupada em passar nas provas semestrais e me livrar dos acidentes que me perseguiam.
-O que você está fazendo aqui?
-Você tem que fugir!
-Não vem com essa história. Eu quero que você arrume esta bagunça.
E ainda me olhando atônito, ele veio até mim e segurou meu braço, fazendo com que eu olhasse diretamente em seus olhos azuis.
-Eles estão atrás de você, querem te pegar.
Pelo tom de sua voz, eu soube que não era hora para piadas. Senti o pavor dentro de mim por algo que eu nem sabia o que era, mas estava chegando. Era loucura acreditar em um garoto que acabara de chegar à cidade, mas foi isso que me manteve viva, porque no instante em que ele me puxou para perto de si, algo grande e escuro arrebentou o teto do meu quarto e caiu exatamente onde eu estava sentada há pouco. Gabriel empurrou-me para trás dele e ergueu uma espada de prata na mesma hora em que o espectro erguia-se dos destroços. A luz da lua não me fez ver muito, mas meu coração fez-me acreditar que era algo perigoso.
O espectro investiu contra nós gritando enfurecidamente, até que Gabriel desferiu um golpe em seu tórax, fazendo-o explodir em pequenas faíscas, mas algo deu errado e feriu gravemente todo o lado esquerdo de Gabriel.
Corri até ele e ajoelhei-me tentando amenizar a ferida, em vão. Eu me via implorando para que ele sobrevivesse, mas sua respiração ficava cada vez mais devagar. Encostei minha cabeça no ombro dele e chorei.
-Não se vá. Por favor, fique!
Não sei como, nem de onde, mas uma luz inundou todo o quarto e quando eu dei por mim, Gabriel tinha um par de asas gigantes e brancas.
Ele abriu os olhos e sorriu para mim.
Sim, ele era meu anjo da guarda, mas a melhor parte é que ele estava bem e nada poderia mudar o que passamos juntos, o que ele fizera por mim e as vezes que salvara a minha vida, mesmo que eu não o tenha visto.

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Aqui você encontra alguns dos meus textos. Lugar onde sonhos são reais, amores são possiveis e a morte não pode nos deter. Sonhando e fazendo dos sonhos realidade!

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